segunda-feira, 22 de junho de 2015

Opinião - Minha Argentina para reta final da Copa América




Vejo os laterais cumprindo taticamente (tecnicamente o Casco daria + ao propósito de Martino) a função de abrir a defesa adversária ao buscarem o posicionamento bem aberto e adiantado, dentro da cancha rival, principalmente o Zabaleta. 

Um Zabaleta que está até arriscando mais tecnicamente (até passe de calcanhar, inclusive). Mas, além desta formação titular (Tata aponta e culpa a condição física de alguns) não estar conseguindo bancar durante os 90 minutos a proposta de encurtar o campo de jogo encurralando o adversário em seu campo defensivo e registrar até o apito final, esmagadora posse de bola, entendo que um Banega pode melhor contribuir para que o 433 do Tata se aproxime mais do 433 de Pepe. 


Lucas Biglia é ótimo recuperador de pelotas, tem bom passe e sabe chegar na frente com surpresa, mas o Banega, embora não contribua com a mesma eficiência sem a bola, sabe ditar o ritmo, cadenciar um jogo como poucos, além de possuir técnica suficiente para também desalinhar bloqueio defensivo adversário e ser um sócio mais efetivo para o Pastore, que está evoluindo cada vez na tarefa de conectar a saída de bola, o início das tramas, com os homens de frente, particularmente, no entendimento com Messi.

Como o estado físico de várias figuras da equipe não irá melhorar da noite para o dia, principalmente agora que a competição afunila com pelejas decisivas, eliminatórias, não seria prudente prescindir da regular e efetiva contribuição defensiva de Lucas Biglia na meia cancha. 

Uma ideia diferente de time para representar com maior eficácia o 433 do Tata, seria o recuo do Mascherano para a zaga central na vaga de Otamendi e a inclusão de Banega no meio-campo ao lado de Biglia e Pastore. 


O leproso Milton Casco (baixinho, 1.69 m) também deveria pintar entre os onze iniciais, mas diante da proposta de recuar para a zaga o Mascherano (1.74 m), o selecionado argentino ficaria muito vulnerável ao encarar a bola aérea contrária se prescindir do Rojo (1.89 m). A melhor opção para se usar o Casco diante deste contexto seria na lateral direita, mas Zabaleta (1.76 m) vem cumprindo melhor papel que o Rojo. Um dilema (?).


Como o Mascherano já vem recuando seu posicionamento se colocando entre a dupla de zaga durante a transição albiceleste, o seu recuo para a posição de zagueiro (como no Barça) não alteraria a proposta tática da equipe quando de posse da bola. Rojo guardaria um pouco mais o seu posicionamento defensivo (nunca será um Alba) e Di Maria daria conta (tem pulmão e conhecimento tático do riscado) de mais vezes cumprir a tarefa de aprofundar o jogo pelo setor esquerdo do campo contrário, o que não deixaria Messi sem parceiros criativos, pois o Banega estaria lá para também se conectar com El Flaco e com La Pulga.


domingo, 7 de junho de 2015

Prancheta e breve abordagem tática: Argentina 5x0 Bolívia

Na prancheta: O 433 argentino no primeiro tempo de partida:

Mais uma vez, encarando um amistoso como se fosse partida valendo três pontos, a seleção Argentina do técnico Tata Martino, organizada a partir de um 433 - com bastante projeção dos laterais, movimentação e inversão de posicionamento dos ponteiros e do meio-campista criativo Javier Pastore - atropelou a Bolívia de Pablo Escobar e Marcelo Moreno.

O cronômetro ainda marcava 10 minutos da segunda etapa e o escore já era de 5 a 0, três gols de Sergio Aguero e dois do capitão Ángel Di Maria. Resultado que saiu barato para o selecionado boliviano.

Roncaglia e Marcos Rojo se conectavam constantemente com os extremos, Lavezzi e Di Maria; Fernando Gago atuando como volante central e realizando um aprofundamento defensivo se alinhando a dupla de zaga Garay e Otamendi, para liberar o avanço dos laterais; Banega e Pastore acionando o trio de frente com passes curtos e longos; marcação pressão na saída de bola adversária, como no lance em que roubou bola após cobrança de lateral pelo lado direito da defesa boliviana e quase abriu o marcador com apenas 43 segundos de bola rolando. Flagramos um dinâmico 433 à la Newell’s Old Boys 2013, dirigido pelo próprio Gerardo Tata Martino.

No tento que abriu o placar, Pastore e Di Maria inverteram seus posicionamentos e foi o jogador do PSG que assinou assistência para o primeiro gol do jogador do Manchester United na peleja amistosa. No terceiro gol argentino, segundo de Aguero, Di Maria foi o responsável pela assistência, em passe efetuado pelo lado direito do ataque.

Pastore também foi quem deu passe para Aguero protagonizar uma bela jogada e assinalar o quarto tento da Argentina no jogo. O cordobés, El Lírico Javier Pastore, participou com destaque na jogada que culminou com penalidade máxima convertida por Di Maria, dando números finais ao placar em San Juan. Muito bom o desempenho da dobradinha, Banega e Pastore. Dor de cabeça para o maestro Tata quando puder contar com o Lucas Biglia. Optar por mais solidez defensiva escalando Biglia ou manter um Banega que vive ótimo momento no Sevilla e aporta mais criatividade na segunda metade da cancha a serviço dos homens de frente?

Em muitas tramas os laterais se projetavam ao mesmo tempo – sem brilhantismo - como em lance aos 26 do primeiro tempo, quando Rocanglia chegou à linha de fundo e fez inversão longa de bola buscando a penetração de Rojo pelo lado esquerdo da grande área rival. Aos 32 da fase inicial, a defesa albiceleste demonstrou qualidade na execução da transição com bola no chão, trocando passes, quando saiu jogando com bola de pé em pé, desde o arqueiro Romero, passando por Otamendi, Garay e Roncaglia.

“O único inconveniente do jogo pro Tata Martino é que ele não pôde testar a defesa, que em nenhum momento foi incomodada”. (Lédio Carmona, comentarista dos canais Sportv, ao analisar os primeiros 45 minutos)

Na zaga, Garay foi mais seguro e prudente que seu companheiro Nicolás Otamendi, que se complicou em três lances no mano a mano com Marcelo Moreno. Dois nas proximidades do grande círculo, quando levou cartão amarelo, e outro na beirada direita da defesa argentina, aos 11 do segundo tempo.
Detalhe: No segundo tempo, Tata Martino colocou Milton Casco na lateral direita, na vaga de Facundo Roncaglia. Sim, isso mesmo, mas o DT celeste y blanco não inventou nada. No Newell’s Old Boys que ainda contava com Leonel Vangioni na lateral esquerda, o versátil Casco atuava na lateral direita.
Fazendo a projeção referente à provável escalação desejada pelo técnico argentino para a Copa América do Chile: Messi substitui Lavezzi, Mascherano ocupará posto que ontem foi do xeneize Gago; Aguero larga na frente de Tevez e Higuaín por vaga no comando do ataque; Banega e Biglia disputam uma vaga (ou Tata vai com os dois?); e Javier Pastore indica conquistar cada vez mais um lugar no setor de meia cancha, atuando a frente de dois volantes (Mascherano e Biglia) ou pela meia esquerda, com, por exemplo, Banega na meia direita.