Sexta-feira, 28 de outubro de 2011
33ª Rodada do Campeonato Brasileiro da Série B
Local: Estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte (Canindé)
Portuguesa
1- Weverton; 2- Luis Ricardo, 3- Leandro Silva, 4- Renato e 6- Marcelo Cordeiro; 5- Boquita (16- Junior Timbó – 33’/2ºT), 7- Henrique (13- Jaime – 42’/2ºT), 8- Guilherme e 11- Edno; 9- Ananias (14- Raí – 30’/2ºT) e 10- Marco Antonio
Técnico: Jorginho
Ponte Preta
1- Julio Cesar; 2- Patric (17- Thiago Luis – 36’/2ºT), 3- Leandro Silva, 4- Ferron e 6- João Paulo; 5- João Paulo Silva, 7- Josimar, 8- Caio (18- Lucio Flavio – 15’/2ºT) e 10- Renatinho; 9- Ricardo Jesus e 11- Ricardinho (16- Gerson – 30’/2ºT)
Técnico: Gilson Kleina
Uma marca registrada deste time comandado pelo técnico Jorginho – e observada nesta vitória sobre a vice-líder Ponte Preta é o comprometimento tático - também sem a bola - por parte do trio de frente formado por Ananias, Edno, e principalmente pelo incansável e polivalente Henrique (volante, meia , e atacante). Eles auxiliam bastante o trio de meia cancha formado por Marco Antônio, Guilherme e Boquita, na marcação sobre as ações de ataque das equipes adversárias.
Quando a Portuguesa retoma a posse de bola, a trinca Edno, Ananias e Henrique com apoio criativo de Marco Antônio, “assinam” jogadas de intensa movimentação, rápidas e agudas pelos flancos, ou através de tabelas e triangulações compactas dentro do campo ofensivo da Lusa.
Nesta vitória sobre a Macaca que praticamente garantiu a Lusa o título de campeã da série B em 2011, o técnico Jorginho colocou em campo três jogadores revelados na base da Portuguesa. Os titulares, Guilherme (20 anos) e Henrique (20 anos), e o zagueiro Jaime (21 anos), que entrou no final da segunda etapa.
Diagrama tático correspondente ao primeiro tempo da Portuguesa:
Um flexível 4-3-3 em virtude do grande dinamismo tático (intensa movimentação ofensiva e constante colaboração na marcação) dos 4 jogadores mais ofensivos da Lusa. Refiro-me a Marco Antônio, Henrique, Edno e Ananias. A partir do 4-3-3 observamos também o 4-2-3-1, e sem a bola, o 4-5-1.
A dupla de zaga da Lusa, Leandro Silva e Renato, inverteram o posicionamento durante a partida. Na primeira etapa Renato atuou mais pelo lado esquerdo da defesa rubro-verde, e na etapa final, inverteu o posicionamento com o camisa 3 Leandro Silva.
O time rubro-verde que começou a partida exercendo uma marcação adiantada - não sustentada no decorrer dos 90 minutos – seu organizou taticamente (com a posse de bola) a partir do seu 4-3-3 com variação para o 4-2-3-1.
Sem a posse de bola, a Portuguesa formou um 4-5-1, geralmente com o Edno como o jogador mais adiantado da equipe.
O 4-3-3 aplicado pela Lusa no início da pelea frente à Macaca se apresentou bastante dinâmico devido à intensa movimentação dos jogadores de meio campo e ataque, com e sem a posse de bola.
Os volantes, Boquita e Guilherme mudavam de lado por dentro da cancha, tanto para se revezarem na aproximação aos quatro homens mais adiantados – Marco Antônio, Ananias, Henrique e Edno – quanto no posicionamento a frente da linha de 4 defensores da Lusa. Sendo que o camisa 8 Guilherme, foi mais produtivo dentro da intermediária ofensiva da Portuguesa do que Boquita, mais contido nos avanços sobre o campo defensivo da Ponte Preta. Principalmente no segundo tempo de jogo, Guilherme foi mais participativo na frente do que o bom meia Marco Antônio, valendo dizer que o ex são-paulino esteve técnica e taticamente abaixo do que pode render.
Praticamente só através das bolas paradas foi que o camisa 10 Marco Antônio conseguiu acionar o trio de frente formado - com a posse de bola - por Edno, Henrique e Ananias.
A saída de bola da Lusa foi facilitada dentro da sua intermediária defensiva devido à marcação frouxa da Ponte Preta, e mesmo assim, o time do técnico Jorginho abusou da ligação direta em bolas longas executadas pela sua zaga, principalmente pelos pés do zagueiro Renato, mais técnico do que Leandro Silva, seu companheiro no miolo de defesa da Lusa. Lembrando que a dupla de zaga Rogério e Mateus não foi a campo nesta vitória da Portuguesa por 2 a 1 sobre a Macaca.
Jorginho não pode contar com Rogério (séria lesão de joelho, só retorna em 2012) e Mateus, com dores musculares na coxa direita.
O camisa 3 Leandro Silva foi a referência ofensiva da Lusa nas jogadas de bola parada, e o camisa 4 Renato foi o zagueiro que trabalhou mais com a bola pelo chão, pois apresenta mais qualidade técnica para sair jogando, efetuando o passe longo ou conduzindo a bola até as proximidades do grande círculo central executando o passe curto para que os volantes e o meia Marco Antônio dêem seguimento na jogada.
Como a Ponte Preta se postou recuada esperando a Portuguesa dentro do seu campo defensivo, os volantes Boquita, Guilherme, e o meia Marco Antônio se adiantavam buscando o lado oposto da cancha ficando muito distantes dos seus zagueiros e do goleiro Weverton, que sem a possibilidade do jogo compacto através da troca aproximada de passes, passaram a rifar a bola em direção ao campo adversário. Como mencionei acima, o meia Marco Antônio não viveu uma noite inspirada, e recebeu pouco a primeira ou segunda bola na transição da Lusa de sua defesa para o ataque.
Edno que começou a partida posicionado mais pelo lado esquerdo do campo ofensivo da Lusa, após os 12 minutos do primeiro tempo, também passou a se oferecer para as tramas de frente, se movimentando em direção ao lado direito do ataque rubro-verde. Do lado direito Edno fez belo cruzamento para Marco Antônio obrigar ao goleiro da Ponte, Julio César, a executar importante defesa com 16 minutos de bola rolando.
No lance seguinte, aos 17 minutos do primeiro tempo, aberto pelo lado esquerdo, Edno – melhor jogador em campo – fez outro ótimo cruzamento para dentro da área da Ponte Preta, e o camisa 9 Ananias abriu o marcador para a Portuguesa. O baixinho Ananias atuou mais centralizado dentro da identificada ‘linha’ de três homens de frente da Lusa, com o camisa 7 Henrique mais a direita, e o camisa 11 Edno pelo setor esquerdo do ataque rubro-verde.
O incansável e jovem camisa 7 Henrique, 20 anos (15/12/1990), cria da base rubro-verde, realizou importante contribuição aos volantes Boquita e Guilherme na marcação da Lusa em seu setor de meia cancha no combate ao quarteto mais ofensivo escalado pelo treinador Gilson Kleina, formado por Renatinho, Caio, Ricardinho e Ricardo Jesus.
Boquita e Guilherme foram poucos efetivos na tarefa de promover a saída de bola da Lusa, e o auxílio de Henrique foi fundamental quando a portuguesa era atacada pela equipe campineira, por dentro e principalmente pelo lado direito da sua defesa. Se o Edno – sem a bola – fechava o lado esquerdo em auxílio ao lateral esquerdo Marcelo Cordeiro, pelo lado direito, Henrique recuava até o campo defensivo da Lusa para auxiliar não só os seus volantes e miolo de zaga, mas também ao lateral direito Luis Ricardo, contra as incursões de Patric, Renatinho e Ricardo Jesus.
Os laterais da Lusa fizeram uma partida discreta ofensivamente (salvo o bom passe de Luis Ricardo para Henrique no 2º tempo), preocupados em proteger os seus flancos dos avanços de Patric e João Paulo, respectivamente, lateral direito e lateral esquerdo da Ponte Preta, e também porque o trio de ataque - principalmente Edno - aprofundou pelos lados do campo de forma satisfatória as tramas ofensivas da Portuguesa.
Aos 22 minutos de jogo a Portuguesa tinha 55% de bola contra 45% da Macaca, e aos 24 minutos da primeira etapa em lance de bola parada pela esquerda do ataque da Lusa, após cobrança efetuada pelo meia Marco Antônio, novamente Ananias, desta vez aproveitando a chamada ‘segunda bola’ após rebote da zaga adversária, marcou o seu segundo gol na partida e decretou no placar, Portuguesa 2 x 0 Ponte Preta.
A ligação entre defesa e ataque da Portuguesa continuou sendo efetuada mais pelas bolas longas dos zagueiros e laterais, e menos através dos pés dos meio campistas Boquita, Guilherme e Marco Antônio, porém foi possível observar também a boa aproximação entre Henrique e Ananias em tramas ofensivas da Lusa.
Diagrama tático correspondente ao 4-1-4-1 da Lusa no segundo tempo depois das duas primeiras modificações realizadas pelo técnico Jorginho após a Ponte Preta diminuir a vantagem da Portuguesa no placar:
Na etapa final o técnico Jorginho substituiu o meia Ananias pelo lateral esquerdo Raí, o volante Boquita pelo meia Junior Timbó, e a Lusa que a partir de então se posicionou na cancha de jogo através do desenho tático 4-1-4-1, passou apostar mais nos contragolpes, com Guilherme mais recuado, posicionado a frente da linha de 4 defensores, Junior Timbó, Marco Antônio, Henrique e Raí formando uma segunda linha de 4 jogadores,e na frente apenas o camisa 11 Edno.
Destaco a entrada do camisa 14 Raí que compôs esta segunda linha de 4 atletas da Lusa, fechando – sem a bola - o lado esquerdo da defesa em auxílio ao camisa 6 Marcelo Cordeiro, e fazendo uso do passe longo buscando a projeção ofensiva do meia Marco Antônio, e principalmente do Edno, jogador da Portuguesa posicionado mais próximo a grande área adversária.
O papel tático desempenhado pelo Raí evitou um desgaste físico maior do Edno e do Marco Antônio, que passaram a se deslocar menos para cobrir o setor esquerdo da Lusa, e com isso puderam colaborar mais com a marcação sobre o adversário por dentro do campo.
Jorginho ainda colocou em campo o zagueiro Jaime em lugar de Henrique, aos 42 minutos da etapa final, e a prioridade dada aos contragolpes permitiu a observação de uma Lusa no 5-4-1 até o apito final do árbitro Paulo Cesar de Oliveira.
Após o gol da Ponte Preta aos 17 minutos da etapa final, quando Lúcio Flávio concluiu de cabeça falta cobrada por João Paulo, o técnico Jorginho mexeu na equipe, organizou a Lusa a partir de um 4-1-4-1 reforçando o lado esquerdo da sua defesa com a entrada de Raí, e passou a apostar mais nos contragolpes.
Após o gol da Ponte Preta aos 17 minutos da etapa final, quando Lúcio Flávio concluiu de cabeça falta cobrada por João Paulo, o técnico Jorginho mexeu na equipe, organizou a Lusa a partir de um 4-1-4-1 reforçando o lado esquerdo da sua defesa com a entrada de Raí, e passou a apostar mais nos contragolpes.
Flagrantes táticos
Identificando o trio de ataque que compôs o 4-3-3 predominante no primeiro tempo.
Flagrante da intensa movimentação ofensiva da Lusa que além de Edno, Ananias e Henrique, também incluí o meia armador e camisa 10, Marco Antônio.
Flagrante da movimentação defensiva da Lusa em lance que o atacante da Macaca, Ricardo Jesus, obrigou o goleiro Weverton a realizar grande defesa quando a partida ainda estava empatada em 0 a 0.
Para encarar o Tigre hoje à noite em Criciúma, Santa Catarina
Além do jovem zagueiro Jaime que disputa vaga na zaga com Diego – ambos crias da Lusa – para substituir o suspenso Leandro Silva, o treinador Jorginho irá escalar o volante Rai – também formado na base rubro-verde - na partida desta terça-feira às 20h30min, contra o Criciúma no estádio Heriberto Hulse.
A Portuguesa deverá entrar em campo hoje à noite contra o Tigre de Santa Catarina no Majestoso, com a seguinte escalação:
Weverton, Luis Ricardo, Renato, Jaime (Diego) e Marcelo Cordeiro; Rai, Guilherme, e Marco Antônio; Henrique, Ananias e Edno.
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